PGR pede que STF mantenha Braga Netto preso por 'perigo de interferência' 1x605l
Manifestação foi apresentada ao ministro Alexandre de Moraes em resposta a um pedido de liberdade da defesa do general, investigado por atuação em suposta tentativa de golpe de Estado. c4126
Publicado em 20/05/2025 10h33 - Atualizado há 3 dias - de leitura 105o3h

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para manter a prisão preventiva do general Walter Braga Netto, acusado de atuação em uma suposta tentativa de golpe de Estado no final de 2022. No pedido, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que há “perigo de interferência” no processo. 2f1a5q
Em manifestação apresentada na última sexta-feira (16), Gonet respondeu a um pedido de liberdade da defesa de Braga Netto. Os advogados do general sustentam que ele não participou da elaboração de nenhum documento com teor golpista e que prestou serviços ao Exército por 42 anos “sem nenhuma mancha” em sua reputação.
Entre os elementos citados por Gonet em sua resposta, o procurador cita a gravidade dos delitos supostamente cometidos pelo general e a possibilidade de que novos crimes sejam cometidos.
“O oferecimento de denúncia não afasta automaticamente o perigo de interferência indevida na instrução criminal, que sequer foi iniciada e cujo curso regular deve ser resguardado até a sua conclusão, notadamente para o correto entendimento da extensão das condutas dos envolvidos. No presente caso, a gravidade concreta dos delitos, a lesividade das condutas e os perigos de reiteração delitiva e de obstáculo à instrução criminal são motivos suficientes a evidenciar a contemporaneidade e justificar a manutenção da custódia cautelar, nos termos da legislação processual penal e da jurisprudência da Suprema Corte”, defendeu Gonet no documento.
A PGR sustenta que existem provas concretas da atuação de Braga Netto tanto no plano de golpe como para interferir na delação de Cid, sendo necessário manter o general preso. Para Gonet, tais elementos indicam que outras medidas cautelares não seriam suficientes para resguardar o andamento do processo.
Braga Netto está preso desde dezembro pela Polícia Federal (PF) após o surgimento de suspeitas de que ele teria tentado interferir na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro à presidência e ex-ministro da Casa Civil também é apontado como um dos articuladores de uma tentativa de golpe.
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